sexta-feira, 16 de julho de 2010

É em mim



"Como te explicar: eis que de repente aquele mundo inteiro que eu era crispava-se de cansaço, eu nãu suportava mais carregar nos ombros - o quê?- e sucumbia a uma tensão que eu não sabia que sempre fora minha. Já estava havendo então, e eu ainda não sabia, os primeiros sinais em mim do desabamento de cavernas calcáreas subterrâneas, que ruíam sob o peso de camadas arqueológicas estratificada- e o peso do primeiro desabamento abaixava os cantos de minha boca, me deixava de braços caídos. O que me acontecia? Nunca saberei entender mas há de haver quem entenda. E é em mim que tenho que criar esse alguém que entenderá."


A paixão segundo G.H. , Clarice Lispector

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